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Por Paulo Leminski e Aldo Lubes
PORQUE OS HOMENS LUTAM?
“Jacó estava só, eis que aparece um homem que lutou com ele até o amanhecer.
Este, vendo que não podia vencê-lo, tocou-lhe no nervo da coxa, e este secou”.
O combate entre Jacó e o anjo, apresentado no capitulo 32 do Gênesis, é provavelmente
a mais antiga descrição de luta corporal que se conhece. E nela já se encontra um dos
fenômenos mais comuns desse tipo de esporte: a técnica secreta, o golpe baixo…(ponto vital).
No terreno das artes plásticas, a beleza da luta tem inspirado pintores desde a pré-história.
Artistas do paleolítico decoraram as paredes de cavernas com cenas de lutas.
Túmulos egípcios, gregos e etruscos também exibem murais desse tipo.
Quase todos os povos desenvolveram alguma técnica especial de luta corpo a corpo.
Egípcios, gregos, romanos, africanos, mongóis, chineses, japoneses, e até os indígenas do Brasil, todos o praticaram, como esporte ou como preparação militar.
Todos os animais lutam. Mas no mundo animal a luta entre uma espécie e outra, ou entre indivíduos da mesma espécie é um imperativo da lei da sobrevivência, e termina quase sempre com a destruição do adversário. Os animais lutam para comer ou se defender.
Só o homem luta por esporte. A luta esportiva é, no entanto, um símbolo da luta pela sobrevivência.
A competição que caracteriza todos os aspectos da nossa vida (amor, trabalho, profissão) aparece simulada no esporte em sua forma mais simples e elementar: o corpo a corpo.
Além disso, desde muito tempo, constatou-se que a luta, por exigir um esforço integral do atleta, desenvolve a mente e o corpo mais que outros exercícios. A autoconfiança que ela traz é útil em todos os ramos da atividade.
O lutador é um Técnico Especializado
A técnica, fruto da inteligência, compensa o desgaste da vida que levamos.
É necessário lembrar que o corpo humano dispõe de possibilidades limitadas de movimentos.
Nossos braços, mãos, pés e pernas só podem executar certos movimentos em determinadas direções.
A luta tecnicamente ideal seria aquela que aproveitasse ao máximo cada um desses movimentos, combinando-os da maneira mais eficiente.
A luta perfeita não existe. Cada variedade limita-se a explorar uma área de possibilidade apenas.
Existem assim uma técnica de impacto e uma técnica de envolvimento. Para citar alguns exemplos, o Karate, o Boxe, o Muay-Thai, usam técnicas de impacto.
O Judô, a Luta Livre, o Jiu-Jitsu, por outro lado, exploram principalmente técnicas de envolvimento.
Nas primeiras, mãos e pés golpeiam pontos vitais do adversário para feri-lo.
Nas segundas, ao contrário, emprega técnicas que visam derrubar o adversário para pô-lo fora de ação ou imobilizá-lo.
Há uma vantagem no Karate que em um nível mais avançado de aprendizagem usa técnicas mistas, que são encontradas no programa de ensino dos Katas.
Um golpe é uma Máquina
Toda luta, seja qual for, consiste num sistema de golpes, cada um dos quais é o resultado de uma paciente observação das fraquezas e possibilidade do corpo humano.
Um golpe de Karate, por sua precisão, é de certa forma uma máquina.
O praticante deve estudar, analisar e automatizar o mecanismo de um golpe.
Sem isso, a luta não passaria de um mero exercício de força bruta na qual estamos em inferioridade se comparados com os animais.
Platão um lutador olímpico
Palestra, para os gregos antigos, nada tinha a ver com conversa, diálogo.
Palestra era a academia na qual os jovens praticavam esportes, completamente nus, hábito generalizado em todo o mundo grego então. Nas pinturas dos vasos de argila, existentes em muitos museus da Europa, podemos apreciar cenas de luta; os atletas, os “agonistas” (em grego, luta se dizia “agon”, donde nosso vocábulo agonia), agarrados pelos braços, esforçam-se ás vistas de um mestre mais velho que lhe corrige os movimentos com um bastão curvo, símbolo de sua autoridade.
Os mais hábeis teriam oportunidade de exibir-se para grandes multidões nos Jogos Olímpicos, a festa máxima do deus Zeus. O Filósofo Platão, apesar do requinte de sua filosofia, foi na mocidade lutador olímpico; seu nome aliás é um pseudônimo esportivo.
Chamava-se realmente Aristócles; Platão é um apelido significando ”de ombros largos”….
O maior astro da luta grega foi de certo ponto Milon, de quem se contavam façanhas incríveis: adolescente ainda, carregava todos os dias um terneiro nas costas.
À medida que este crescia, crescia sua capacidade de carregá-lo. No apogeu de sua forma física, era capaz de carregar um touro adulto sobre os ombros. Sua fome era tão grande quanto sua força. Um dia pôs um boi nas costas, deu cento e vinte passos, matou-o com um murro, mandou assá-lo e comeu-o inteiro.
Quando ficou velho, quis testar sua força separando as partes de uma árvore rachada por um raio, mas as lascas se fecharam, prendendo-lhe os braços; lobos então o devoraram.
A flexibilidade da árvore derrotou sua força bruta.
Interessante notar, que todas as lutas japonesas enfatizam a flexibilidade, no corpo e na mente.
Essas técnicas foram adotadas pelos samurais, guerreiros profissionais a serviço dos grandes senhores de
terra. Em japonês elas levavam o nome genérico de “yawara”, que quer dizer “flexibilidade”.
Buda não quer sangue
Os monges da china antiga enfrentavam um grave problema, pois a religião lhes proibia carregar armas.
Os budistas não podiam derramar sangue, mas eram frequentemente vitimas dos bandidos das montanhas, que se aproveitavam de seus espíritos pacíficos.
Por esse motivo, os monges foram obrigados a criar técnicas de defesas tais como: socos e chutes; golpes de projeção; chaves de braço e estrangulamentos.
Visto a disponibilidade de tempo e grande capacidade de observação e concentração por parte dos monges, essas técnicas atingiram um alto grau de perfeição.
O mosteiro Shao-Lin na china é considerado o lugar de nascimento de todas as lutas chinesas e, conseqüentemente, japonesas, irradiando-se dali para outros paises, inclusive o Japão e mais precisamente a ilha de Okinawa. Esta ilha é considerada a pátria do Karate moderno.
O divulgador do Karate no Japão foi Funakoshi Guichin que em 1922 resolveu radicar-se no Japão, ensinando o Okinawa-te ou To-de como era conhecida a maneira de lutar dos moradores desta ilha.
Shotokan é a denominação dada ao estilo do Funakoshi Sensei.
Depois de Funakoshi, outros mestres emigraram para o Japão divulgando o karatê como uma arte de luta, que caiu muito bem ao gosto dos jovens, e é aqui que encontramos a diferença do Karate de Okinawa com o Karate japonês. O Karate de Okinawa tinha se tornado quase que um ato de folclore da ilha, muito forte, mas com o objetivo principal de um aprimoramento muito pessoal.
De fato que não existia uma forma de luta onde pudesse se experimentar sobrepujar um adversário, pois para eles isso era secundário.
Ao contrario, os japoneses necessitavam se colocar a prova para verificar o aproveitamento em constantes desafios.
Os estudantes japoneses incluiram no karatê o método utilizado na arte da espada, utilizando em seus treinamentos toda a herança cultural e técnica de luta do Ken-dô.
De fato que palavras como: zan-shin, tai-sabaki, sen-no-sen, go-no-sen, de-ai, ma-ai, etc…
são originarias do Ken-dô.
Por Paulo Leminski e Aldo Lubes