Quem Somos

No início do outono de 1964, no dojô do Colégio Novo Ateneu, aconteceu o último treino de Judô ministrado pelo prof. Minoro Kamada (7o. grau de Judô, 3o. grau de Karatê, Kendo e Aikido). Último, porque o prof. estava partindo de volta para o Japão, onde se realizariam as Olimpíadas, em que o Judô se apresentaria pela primeira vez, e o prof. Kamada não queria perder essa oportunidade.

Terminado o treinamento, ele pediu para os alunos aguardarem ajoelhados e foi trocar de roupa, retornando depois de alguns instantes com o seu kimono de treinamento dobrado, dizendo que aquele kimono era para um aluno que talvez não fosse o mais antigo, e nem o de maiores conhecimentos, mas sua intuição lhe dizia que faria bom uso, e então, na frente de todos me chamou, oferecendo-me seu kimono.

O ato do professor Kamada me deixou despreparado e eu não soube o quê fazer. Após a partida, – que não foi alegre, pois considerava o prof. Kamada como um pai, -ficamos algum tempo sem local de treinamento.

O kimono do prof, Kamada estava guardado no armário (hoje se encontra gasto pendurado na Academia). Eu me questionava o porquê do gesto do professsor em me doar o seu kimono.
Até que, em 1965, convidei os meus dois senpai (alunos veteranos), Macoto Yamanouchi e Kenjiro Hironaka, para que juntos abríssemos um dojô e pudéssemos dar continuidade aos ensinamentos que o professor Kamada tinha nos transmitido.

O Kenjiro envolveu-se somente com a parte técnica. Macoto envolveu-se também com uma pequena parte financeira e assim, em junho de 1965 inauguramos o dojô (3o. andar do edifício Garcez, hoje shopping), dando-lhe o nome de Kodokan, que era o instituto de origem do professor Kamada, em Tókyo. Macoto, devido a uma bolsa de estudo no Japão, teve que se desvincular da Academia no ano de 1967. No mesmo mês da abertura do dojô conheci um moço que tinha vindo de São Paulo para Curitiba fazer o curso de Medicina na Universidade Federal do Paraná. Seu nome era Celso Charuri (hoje falecido), praticante de karatê e aluno do prof. Harada da Nihon Karatê Kiokay, em Tókio, ao qual convidei para ministrar aulas de karatê em nossa Academia, tornando-me seu aluno. Em 1969, ao concluir o curso de Medicina, Celso retornou a São Paulo.

No mesmo ano, em um Campeonato de Judô, promovido pelas Forças Armadas X Civis, na qual participei na equipe dos civis, conheci o prof. Juich Sagara (falecido em dezembro de 2.001), Que tinha sido convidado pelo comando militar para dar uma demonstração de karatê. A demonstração me deixou impressionado e logo depois decidi que ele devia ser o meu professor e lhe pedi para ser seu aluno. Por quase vinte anos foram idas e vindas a São Paulo, no dojô do prof. Sagara, para aprimorar o meu karatê.

Afirmo que duas pessoas me formaram no espírito do Budô, não somentealdona parte técnica, mais especialmente no valor moral e humanitário, dentro dos princípios filosóficos das artes marciais, que o prof. Sagara e o professor Kamada possuíam.

Esses dois professores foram aqueles que me indicaram o caminho que até hoje percorro. A Academia Kodokan, hoje também conhecida como “Força e Persistência” (desde 1972 no edifício Wesceslau Glaser – Galeria Ritz) é motivo de orgulho por ter tido participação na formação educativa de muitos alunos, seguindo os princípios que nos foram ensinados, continuando até o presente momento. Com a serenidade alerta.

A paciência diante da derrota. A humildade diante da vitória. A relatividade das derrotas e vitórias. Com o verdadeiro espírito “Mu-Shin” e respeito acima de tudo.

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Sensei Aldo e filhos. KODOKAN – FORÇA E PERSISTÊNCIA – KARATÊ

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Sensei Aldo Lubes
Licenciado em Educação Física – U.F.Pr
Faixa Preta de Karatê – 9º Dan – 7.0001 – C.B.K.
Faixa Preta de Judô – 4º Dan – 1.172 – C.B.J.
Presidente – F.P.R.K.
Árbitro P.U.K.O. – Kumite e Kata

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Sensei Kamada e Sensei Aldo Lubes

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Sensei Aldo Lubes e Sensei Juichi Sagara